PALAVRAS
Na praça pública, o homem levantou-se e disse, enquanto ia mostrando um a um os dedos da mão direita:“Destino
Presença
Catástrofe
Futuro
Passado”
“Está louco!”, pensaram vários.
“Está possuído pelo demónio”, disse um.
“É um profeta”, disse outro.
“A palavra mais importante é Destino”, gritou um terceiro.
“Não é, não, é Futuro”, berrou outro.
A confusão generalizou-se, com todos a gritar ao mesmo tempo, defendendo os seus pontos de vista.
E foi desta forma que nasceram os Destinólicos, os Presencistas, os Catastrofistas, os Futurólicos e os Passadistas, que desde então se têm digladiado continuamente, como rezam as crónicas da cidade.
Quanto ao homem na origem de tudo isto, cujo nome a história não registou, depois de ter falado, afastou-se calmamente, e nessa tarde, contemplando o sol poente, já não se lembrava do que tinha dito de manhã.
3 comentários:
Eu chamava-os:
Pequenino
Seu vizinho
Pai de todos
Fura bolos
Mata piolhos
Mas também já me esqueci...
:)
E é não seria assim que surgiram todas as teorias sobre quase tudo, que se vê ou não, que existe ou não?!
é o que se chama lançar ideias para o ar! alguns apanham-nas, outros não e muitas vezes quem as lança, já partiu para outra e já se esqueceu do que lançou...
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