quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Era uma espada

Era uma espada.
E era a mão que empunhava a espada
e era o braço que movia a mão
e era o corpo que comandava o braço
e era o coração que impulsionava o corpo.

Uma flecha perdida encontrou o coração
que parou o corpo
que largou o braço
que soltou a mão
que abandonou a espada

que, livre da mão que a segurava,
passou a ser apenas um entre muitos objectos
enferrujando no campo de batalha.

5 comentários:

luisa disse...

Ui... cortante!

João Ventura disse...

Ou perfurante... :P

tempus fugit à pressa disse...

Era uma estopada e podia não o ser
E era uma mente que a criava
e era um pesadelo que movia a mente
e era o medo comandando o pesadelo
que impulsionava o mente

Um sonho perdido continuou assi
o medo perdeu o sonho
e largou o pesadelo
que moveu a mente
que largou esta estopada

que, livre da mente,
passou a ser apenas um entre muitos conjuntos de palavras
caindo no passado das coisas virtuais
que são os blogs

isto deixou os números para trás
tinham mais potencialidades

Rodolfo Espinosa Bueno disse...

Gostei do poema, adicionei seu blog no meu.

Abrs!

Pé na estrada disse...

Muito bom! É um conjunto de sequências que em cascada condicionam uns e outros. Tudo depende de tudo... fabuloso!